Foi-se o tempo em que o jogador era lembrado apenas pelo seu futebol. Atualmente, é impossível não associar o que o atleta faz em campo com a sua imagem. Neymar, do Santos, é apenas um exemplo entre tantos outros. Além de brilhar nos gramados, o santista também rouba a cena por conta do seu moicano invocado. Mas o Atlético Mineiro não quer que nenhum jogador siga o exemplo do camisa 11 da Baixada Santista, pelo menos no campo visual. Dentro das quatro linhas, a conversa é outra.
Pensando nisso, os dirigentes e a comissão técnica da base do Galo lançaram uma "cartilha" para os jogadores que estão disputando a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Segundo o gerente geral da base do clube, André Figueiredo, a meta desse manual é podar os penteados e a vaidade dos atletas.
- Se a gente não dá um limite para esses jogadores, eles vão ficar descolorindo, pintando o cabelo de todas as cores possiveis, e vão esquecer de jogar bola. Neste momento, eles precisam estar focados apenas no futebol e não na vaidade - explicou.
Entretanto, os metrossexuais não precisam se preocupar muito, já que as determinações não são radicais, e o moicano está liberado - com alguns "poréns", é verdade.
- Eles podem fazer moicano, topete, desde que não sejam extravagantes. É preciso ter bom senso. O moicano, por exemplo, tem que ser pequeno, existe um limite de altura tolerável (risos) - brincou.
Figueiredo, contudo, revelou que a punição para quem não cumprir as regras é apenas verbal.
- É difícil podá-los. Até porque a maioria dos jogadores profissionais que estão estourando usa cabelos extravagantes, correntes e brincos. Mas aqui isso não é permitido porque não queremos que percam o foco. Se amanhã um ou outro aparecer assim, vamos cobrar o futebol dentro do campo. Não fizemos nada por escrito até porque quanto mais você proíbe, mais eles querem fazer errado.
E o cartola está certo na sua observação. Só de tentar coibi-los, os jogadores já estão caprichando nos penteados. O volante Paulinho e o meia Henrique são os donos das cabeleiras mais invocadas do time.
- Eles falam para a gente não fazer. Mas aqui não é Exército (risos). Um moicanozinho não faz mal a ninguém - justificou Paulinho.
Henrique já é mais rebelde. O meia não quer saber de ordens e não economiza nos produtos de beleza.
- Eu passo chapinha, secador, gel, pomada de cabelo, tudo que tenho direito. Eles (diretores e comissão técnica) não gostam muito, mas eu respondo dentro de campo (risos).
Porém, se forem promovidos ao time principal, os atletas prometem passar a tesoura na cabeleira.
- Se eles pedirem, eu raspo o cabelo todo - brincou Henrique.